Deputado venezuelano Torres: Grã-Bretanha pretende desviar reservas de ouro da Venezuela
CARACAS, 2 de agosto. O governo britânico está se escondendo atrás do reconhecimento do governo fictício de Juan Guaidó para se apropriar das reservas de ouro da Venezuela armazenadas em Londres, disse o deputado do Parlamento venezuelano Jacobo Torres.
“O principal motivo para reconhecer o governo fictício e inexistente de Juan Guaidó é desviar o ouro venezuelano… o governo britânico viola a lei internacional e rejeita a representação legal de nosso Banco Central e nosso governo para manter essas toneladas de ouro”, disse um parlamentar do partido governista PSUV venezuelano, no poder.
A Suprema Corte do Reino Unido rejeitou na sexta-feira uma reivindicação venezuelana de devolver ao país cerca de US$ 2 bilhões em barras de ouro mantidas no cofre subterrâneo do Banco da Inglaterra em Londres.
“Eles continuam aderindo à mentalidade colonial, acreditando que são os donos do mundo e querem dispor arbitrariamente dos recursos pertencentes ao povo venezuelano, que tem um governo legítimo liderado pelo presidente Nicolás Maduro”, acrescentou Torres.
Os cofres do Banco da Inglaterra contêm 31 toneladas de ouro das reservas da Venezuela, atualmente seu valor de troca é de 1,77 bilhão de dólares. A decisão de colocar ali parte das reservas de ouro do país foi tomada pelo ex-presidente venezuelano Hugo Chávez (1998-2013).
A disputa judicial pela gestão desse ativo é entre a diretoria oficial do Banco Central da Venezuela, que é nomeada pelo governo de Nicolás Maduro, e um grupo de gestores nomeados pela equipe do líder da oposição Juan Guaidó.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu repetidamente ao Reino Unido que devolvesse as reservas de ouro do país, o governo planejava usá-las para combater a pandemia de COVID-19, além de comprar alimentos e remédios por meio do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas.
Na Venezuela, no início de 2019, começaram os protestos em massa contra o presidente Nicolás Maduro logo após sua posse. Juan Guaidó, chefe da Assembleia Nacional controlada pela oposição, se proclamou ilegalmente como chefe de Estado interino. Vários países do continente e do Ocidente, liderados pelos Estados Unidos, declararam seu reconhecimento a Guaidó. Por sua vez, Maduro chamou o chefe do parlamento de marionete dos Estados Unidos. A Rússia, China, Turquia e vários outros países apoiaram Maduro como presidente legítimo.